sexta-feira, 29 de agosto de 2008

Nicolau Maquiavel



"Todos vêem o que pareces, poucos sentem o que és."
(Maquiavel)


Nicolau Maquiavel, filósofo político dos séculos XV/XVI, nasceu em Florença a 3 de Maiode 1469, e morreu em 20 de Junho de 1527.
Nada se sabe da sua vida antes de entrar ao serviço da República de Florença, após a queda do governo de Savonarola, para além de ser filho de um jurista. Serviu na administração da República de Florença, de 1498 a 1512, na segunda Chancelaria, como secretário do Conselho dos Dez da Guerra (Dieci di Libertà et Pace), a Instituição que na Signoria tratava da guerra e da diplomacia. Tornou-se um conhecedor profundo dos meandros políticos e viajou muito participando em vinte e três embaixadas a cortes italianas e outras onde conheceu dirigentes políticos como Luís XII de França, o Papa Júlio II, o Imperador Maximiliano I, César Bórgia...
Em 1500 foi enviado a França onde se encontrou com Luís XII e com o Cardeal de Orleães.Uma das suas missões mais importantes ocorreu em 1502 quando visitou César Bórgia estabelecido na Romagna, objecto de um relatório de 1503 intitulado «Descrição da Maneira empregue pelo Duque Valentino [César Bórgia] para Matar Vitellozzo Vitelli, Oliverotto da Fermo, Signor Pagolo e o Duque de Gravina, Orsini», no qual descreveu com uma precisão cirúrgica os assassinatos políticos do filho do Papa Alexandre VI, explicando, subrepticiamente, a arte política ao principal dirigente de Florença, o indeciso e timorato Pier Soderini.
Em 1504 viajou a França e, no regresso, inspirado nas suas leituras sobre a História Romana, apresentou um plano para a reorganização das forças militares de Florença, que foi aceite. Em 1508, foi enviado à corte do imperador Maximiliano, estabelecido em Bolzano, e em 1510 voltou, de novo, a França. Em 1509 dirigiu o pequeno exército miliciano de Florença para ajudar a libertar Pisa, missão que foi coroada de sucesso. Em Agosto de 1512, devido à invasão espanhola do território da república, a população depôs Sonderini e acolheu os Médici.
Maquiavel foi demitido em 7 de Novembro desse ano, devido à sua ligação ao governo republicano, retirando-se da vida pública. Em 1513,tendo-se tornado suspeito de envolvimento numa conspiração contra o novo governo, foi preso e torturado. Tirando algumas nomeações para postos temporários e sem importância, em que se conta em 1526 uma comissão do Papa Clemente VII para inspeccionar as muralhas de Florença, e do seu amigo Francesco Guicciardini, Comissário Papal da Guerra na Lombardia, que o empregou em duas pequenas missões diplomáticas, passou a dedicar-se à escrita, vivendo em San Casciano, a alguns quilómetros de Florença.
Em Maio de 1527, tendo os Médici sido expulsos de Florença, Maquiavel tentou reocupar o seu lugar na Chancelaria, mas o posto foi-lhe recusado devido à reputação que " O Príncipe" já tinha granjeado.
O Príncipe é um tratado político com uma conclusão que propõe a libertação da Itália das intervenções de franceses e de espanhóis, considerados bárbaros. Escrito originalmente em 1513 e dedicado a Giuliano de Médici, em 1516 passou a ser dedicado ao sobrinho deste, Lorenzo, antes deste se tornar duque de Urbino. Um livro cuja leitura recomendo.Ao serão e não só!

quinta-feira, 21 de agosto de 2008

Nelson Évora trouxe-nos o sabor do Ouro. Parabéns, Nelson!



Nelson Évora nasceu na Costa do Marfim a 20 de Abril de 1984. Os pais são naturais de Cabo Verde e o atleta está naturalizado português . É especialista em triplo salto, embora também pratique salto em comprimento.
É um atleta de alto nível internacional que, actualmente, representa o Sport Lisboa e Benfica e que já representou Portugal em várias provas internacionais tendo sido campeão do mundo do triplo salto em 2007.
Em 2001, na primeira vez que competiu por Portugal, venceu a prova de salto em comprimento do FOJE (Festival Olímpico da Juventude Europeia) que teve lugar em Múrcia, Espanha.
Em 2003, venceu o salto em comprimento e o triplo-salto do Campeonato da Europa de Juniores que decorreu em Tampere na Finlândia.
Em 2004, conquistou a medalha de bronze no triplo-salto no Campeonato da Europa Sub-23 que teve lugar em Erfurt na Alemanha.
Participou em Atenas nos Jogos Olímpicos de 2004 no triplo salto, tendo falhado a qualificação para a final.
Em 2005 participou no Campeonato do Mundo de Atletismo ao Ar Livre em Helsínquia falhando a qualificação para a final por poucos centímetros ao ser 14.º nas eliminatórias quando apenas os 12 primeiros garantiam um lugar na final.
Em 2006 participou no Campeonato do Mundo em Pista Coberta em Moscovo onde alcançou um lugar na final do triplo-salto onde acabaria no sexto lugar.
No Campeonato Europeu de Atletismo ao Ar Livre em Gotemburgo acabou em quarto lugar no triplo-salto tendo-se lesionado logo depois do primeiro salto, não podendo lutar pelas medalhas com a marca de 17,07 metros e em sexto no salto em comprimento com a marca de 7,91 metros.
Em 2007 participou no Campeonato Europeu de Atletismo em Pista Coberta em Birmingham no triplo salto no qual obteve o 5.º lugar depois de se ter lesionado no primeiro salto e que não possibilitou que efectuasse os restantes nas melhores condições físicas.
Participou nos Mundiais de Osaka nos quais se sagrou campeão do Mundo de triplo salto com uma marca de 17,74m (segunda melhor marca mundial do ano) e também recorde nacional .
Finalmente em 2008 , Nélson Évora torna-se o 4.º atleta português a trazer uma medalha de ouro para Portugal, desta vez no Triplo-Salto, sendo assim Campeão Olímpico, e tornando-se a segunda medalha portuguesa nos Jogos Olímpicos de Pequim.



PARABÉNS, CAMPEÃO!



terça-feira, 19 de agosto de 2008

A Las Cinco de la Tarde



A las cinco de la tarde.
Eran las cinco en punto de la tarde.
Un niño trajo la blanca sábana
a las cinco de la tarde.
Una espuerta de cal ya prevenida
a las cinco de la tarde.
Lo demás era muerte y sólo muerte
a las cinco de la tarde.


El viento se llevó los algodones
a las cinco de la tarde.
Y el óxido sembró cristal y níquel
a las cinco de la tarde.
Ya luchan la paloma y el leopardo
a las cinco de la tarde.
Y un muslo con un asta desolada
a las cinco de la tarde.
Comenzaron los sones de bordón
a las cinco de la tarde.
Las campanas de arsénico y el humo
a las cinco de la tarde.
En las esquinas grupos de silencio
a las cinco de la tarde.
¡Y el toro solo corazón arriba!
a las cinco de la tarde.
Cuando el sudor de nieve fue llegando
a las cinco de la tarde
cuando la plaza se cubrió de yodo
a las cinco de la tarde,
la muerte puso huevos en la herida
a las cinco de la tarde.
A las cinco de la tarde.
A las cinco en Punto de la tarde.


Un ataúd con ruedas es la cama
a las cinco de la tarde.
Huesos y flautas suenan en su oído
a las cinco de la tarde.
El toro ya mugía por su frente
a las cinco de la tarde.
El cuarto se irisaba de agonía
a las cinco de la tarde.
A lo lejos ya viene la gangrena
a las cinco de la tarde.
Trompa de lirio por las verdes ingles
a las cinco de la tarde.
Las heridas quemaban como soles
a las cinco de la tarde,
y el gentío rompía las ventanas
a las cinco de la tarde.
A las cinco de la tarde.¡
Ay, qué terribles cinco de la tarde!¡
Eran las cinco en todos los relojes!¡
Eran las cinco en sombra de la tarde!


Federico García Lorca



Nasceu numa pequena localidade da Andaluzia,Fuente Vaqueros, a 5 de junho de 1898 e foi assassinado em Granada a 19 de agosto de 1936. Poeta e dramaturgo espanhol foi uma das primeiras vítimas da Guerra Civil Espanhola. García Lorca ingressou na faculdade de Direito de Granada em 1914 e cinco anos depois transfere-se para Madrid onde ficou amigo de artistas como Luis Buñuel e Salvador Dali . Aqui publicou seus primeiros poemas.
Grande parte dos seus primeiros trabalhos baseiam-se em temas relativos à Andaluzia (Impressões e Paisagens, 1918), à música e ao folclore regionais (Poemas do Canto Fundo, 1921-1922) e aos ciganos (Romancero Gitano, 1928).
Concluído o curso, foi para os Estados Unidos e para Cuba, período dos seus poemas surrealistas, manifestando desprezo pelo modus vivendi dos norte- americanos. Expressou o seu horror com a brutalidade da civilização mecanizada nas chocantes imagens de Poeta em Nova Iorque, publicado em 1940.
Voltando à Espanha, criou um grupo de teatro chamado La Barraca. Não ocultava as suas ideias socialistas e foi certamente um dos alvos mais visados pelo conservadorismo espanhol que, sob forte influência católica, ensaiava a tomada do poder, dando início a uma das mais sangrentas guerras fratricidas do século XX.
Intimidado, Lorca retornou para Granada, na Andaluzia, na esperança de encontrar um refúgio. Ali, porém, teve a sua prisão determinada por um deputado católico, sob o argumento (que tornou-se célebre) de que ele seria "mais perigoso com a caneta do que outros com o revólver".
Assim, no dia 19 de agosto de 1936, sem julgamento, o grande poeta foi executado com um tiro na nuca pelos nacionalistas, e o seu corpo foi jogado num ponto da Serra Nevada. A caneta calava -se mas a Poesia nascia para a eternidade. O crime teve repercussão em todo o mundo, despertando por todas as partes um sentimento de que o que ocorria na Espanha dizia respeito a todo o planeta... foi um prenúncio da Segunda Guerra Mundial.

quarta-feira, 13 de agosto de 2008

A Feira Medieval de Silves

Acampamento na Praça Al’Muthamid junto ao Arade


Quem chega a Silves, vindo do Sotavento, quer pela via do Infante quer por Alcantarilha fica deslumbrado com a paisagem que avista antes mesmo de passar a ponte sobre o Arade.
A cidade localiza-se num vale onde abundam os laranjais e é dominada pelo castelo, que data sobretudo do tempo da ocupação dos mouros no século VIII. Silves prosperou sob o domínio muçulmano, tendo-se tornado, sob o nome de Chelb, uma das cidades mais importantes da Península Ibérica até ser conquistada pelos cavaleiros da Ordem de Santiago, em 1242.
Das torres do castelo, avista-se uma paisagem deslumbrante.Todos os montes em redor, e são muitos, estão cobertos de oliveiras, alfarrobeiras, azinheiras, amendoeiras...
Neste momento, está a decorrer desde o dia 9 de Agosto e prolongar-se-á até ao dia 17, a Feira Medieval de Silves. A partir das 18.00h e até à 1.oo h da madrugada, há música, muita música e muito boa, teatro, comes e bebes, venda de produtos agrícolas e artesanais num ambiente que nos leva a viajar até aos séculos XII/ XIII.
As reconstituições históricas estão a tornar-se, cada vez mais, um evento cultural do Verão e um pouco por todo o país, de Norte a Sul, encontramos reconstituições quase perfeitas daquilo que foram as feiras medievais. A Feira Medieval de Silves tornou-se um evento imperdível para quem vive no Algarve e para quem escolhe o Sul como destino de férias.Pode-se comprar o mel de rosmaninho, orégãos, poejos, louro, tomilho, figos, peças de barro, sapatos, vestuário, bijuteria, pratos, tapetese lanternas de Marrocos e muito,muito mais em tendas semelhantes às que os artesãos medievais utilizavam para vender os seus produtos. Enquanto passeamos, vemo-los ocupados na sua arte. O teatro não falta e pode-se assistir à recriação de eventos históricos da época medieval como os torneios ou a conquista da cidade por D. Paio Peres Correia.
Outra imagem do acampamento

As feiras eram importantes locais de comércio e divertimento para quem vivia nos concelhos rurais e até mesmo nos urbanos.Estavam presentes os saltimbancos,malabaristas, animais amestrados, jograis, bailarinas...É esse vigor que está patente quando se visita esta feira algarvia. Encontramos regatões, camponeses, artesãos,almocreves, mendigos...



Cortejo que marca a abertura da Feira


Muitos eram os motivos que levavam as pessoas à feira. Ia-se para comprar,vender, conviver, receber notícias de outras povoações,marcar casamentos, enviar notícias...
As feiras medievais representaram o momento no qual ressurge o comércio na Europa, no final do século XI, quando esta saía do feudalismo, no qual as pessoas viviam em territórios limitados,onde produziam tudo o que precisavam, sendo que quando algo faltava, conseguiam-no através de trocas.


Mendigo, muito bem caracterizado, junto da porta que dá acesso Museu de Silves. Uma visita a não perder.

No entanto, as Cruzadas reabriram o caminho pelo mar Mediterrâneo e possibilitaram aos Europeus um maior contacto com o Oriente, de onde traziam mercadorias raras e exóticas (cravo, canela, pimenta, seda, porcelana), muito cobiçadas no Velho Continente
Músicos

Durante a realização das feiras interrompiam-se guerras, a paz era garantida para que os vendedores, dispostos lado-a-lado, pudessem trabalhar com segurança. Da mesma maneira, os guardas vigiavam todo o perímetro de modo a evitar que algum desordeiro pudesse causar incómodos àqueles que por ali passavam e desejavam efectuar suas compras.
Os fidalgos de visita à feira

Ao começo da noite a feira enchia


Um grupo castelhano que contagiou o público assistente com a sua alegria

Veja Aqui e saiba mais.



E agora Só lhe falta mesmo ir a Silves. Vai gostar!

terça-feira, 12 de agosto de 2008

Miguel Torga faria hoje 101 anos

Vinha de longe o mar...
Vinha de longe, dos confins do medo...
Mas vinha azul e brando, a murmurar
Aos ouvidos da terra um cósmico segredo

E a terra ouvia, de perfil agudo,
A confidencial revelação
Que iluminava tudo
Que fora bruma na imaginação.

Era o resto do mundo que faltava
(Porque faltava mundo!).
E o agudo perfil mais se aguçava,
E o mar jurava cada vez mais fundo.

Sagres sagrou então a descoberta
Por descobrir:
As duas margens de certeza incerta
Teriam de se unir!


Miguel Torga "Portugal"



Miguel Torga é o nome literário do médico Adolfo Rocha nascido em S. Martinho de Anta, distrito de Vila Real, a 12 de Agosto do ano de 1907. Proveniente de uma família humilde, teve uma infância dura, que lhe deu a conhecer a realidade do campo, sem bucolismos, feita de árduo e contínuo trabalho. Após uma breve passagem pelo seminário de Lamego, emigrou com 13 anos para o Brasil, onde durante cinco anos trabalhou na fazenda de um tio em Minas Gerais.
Regressou a Portugal em 1925, concluiu o ensino liceal e frequentou em Coimbra o curso de Medicina, que terminou em 1933. Exerceu a profissão de médico em São Martinho de Anta e noutras localidades do país, fixando-se definitivamente em Coimbra, como otorrinolaringologista, em 1941.
Miguel Torga, tinha uma personalidade literária marcada pela individualidade veemente e intransigente, o que o manteve afastado durante toda a vida, das escolas literárias e mesmo do contacto com os círculos culturais do meio português. Não se inibe de fazer duras críticas desde que as sinta como verdadeiras. Para Torga o título d’Os Lusíadasrepresenta a expressão da nossa tacanhez e os versos, considerava ele, eram mais ilegíveis do que os da Divina Comédia.
A esta intensa consciência individual aliou-se, no entanto, uma profunda afirmação da sua pertença à natureza humana, com que se solidariza na oposição a todas as forças que oprimam a energia viva e a dignidade do homem, sejam elas as tiranias políticas ou o próprio Deus. Miguel Torga era por muitos considerado um homem arrogante, expunha a sua verdade sem quaisquer restrições na apreciação de pessoas, acontecimentos e factos; nunca receou atacar o estabelecido ao mesmo tempo que não punha de lado conceitos conservadores em que acreditava:
Torga alterava até as suas próprias posições desde que a "sua" verdade assim o exigisse. Era igualmente um homem obcecado pela ideia da morte e da solidão e afirmava-o de forma inequívoca.
A vivência dos sofrimentos da emigração e da vida rural, do contacto com as misérias e com a morte, fez de Miguel Torga o poeta do mundo rural, das forças telúricas e ancestrais. A revolta contra todas as leis que aprisionam o instinto humano é a grande missão do poeta, que se afirma tanto na violência com que acusa a tirania divina com a terrestre. Essa revolta, está patente na sua obra que, embora recheada de simbologia bíblica, se encontra imersa num sentido divino que transfigura a natureza, e dignifica o homem no seu desafio ou no seu desprezo, face ao divino.
A ligação de Torga a Portugal, à própria Península Ibérica e às suas gentes, é uma constante dos seus textos mas, Trás-os-Montes, é o seu grande amor e surge a cada momento na sua prosa, o pseudónimo de Torga não escolhido por acaso: Torga, ou urze, planta bravia, humilde, espontânea e com o seu habitat no chão agreste por todo o Portugal, mas particularmente nas serranias do norte.
Miguel Torga tornou-se um exímio conhecedor de Portugal, conhecimento este, que ele alargou também a Espanha, países por ele considerados unidos no conceito de uma Ibéria comum. Este conceito tinha por base a rudeza e pobreza dos seus meios naturais, pelo movimento de expansão e opressões da história, e por certas características humanas definidoras da sua personalidade. A intervenção cívica de Miguel Torga, na oposição ao Estado Novo e na denúncia dos crimes da guerra civil espanhola e de Franco, valeu-lhe a apreensão de algumas das suas obras pela censura e, mesmo, a prisão pela polícia política portuguesa.
O 25 de Abril, a par do sentido de libertação traz-lhe algumas desilusões - as perseguições, a procura de lugares.
A política é para eles (os políticos) uma promoção e, para mim, uma aflição.
Sobre a regionalização, pergunta:
O mundo a braços com o drama das diversidades e nós, que há oitocentos anos temos a unidade nacional no território, na língua, nos costumes e na religião, vamos desmioladamente destruí-la?
Não apoia nem tem a mínima simpatia pela União Europeia. Ela ofende o seu espirito patriótico e o seu ideal de Pátria.
É o repúdio de um poeta português pela irresponsabilidade com que meia dúzia de contabilistas lhe alienaram a soberania (...) e Maastricht há-de ser uma nódoa indelével na memória da Europa.
Miguel Torga morre em 17 de Janeiro de 1995 e foi sepultado onde nasceu juntamente com os pais e irmãs. ( extraído da net )