Não cabes no teu nome, búzio aberto,
E transbordas em ondas,
Espumoso como um vinho singular,
Salgado e azul,
Só bebido por náufragos
E nascituros.
Da terra, a olhar-te,
Embebedam-se os olhos
Dos poetas
Mas excedes também os versos do seu canto.
Oceano, oceano, oceano,
Grita do céu uma gaivota inquieta.
Desamparada, a asa do finito
Mede, aterrada, as léguas de infinito...
Miguel Torga, “Mar”, in Diário IX
10 comentários:
Mar, de Miguel Torga, bem escolhido
e também o cimo do blogs onde
predomina a saudade do mar por Sofia de Mello Breyner
mais ou menos isto .
"Voltarei um dia para buscar os pedaços de mar,
pelo tempo que lá não vivi!"
Não sei bem, mas é isto que a poetisa pretende dizer.
Gostei de seu blogs e de a encontrar no meu poema :
"Distância"
Maria Luísa
Podes continuar com Torga que a gente não se cansa.
oloa, to levando a vista do seu mar...te seguindo...
Isabel,
Tão bom e gratificante poder voltar a todos os teus espaços, este o primeiro que conheci, ainda com o nome de Sophiamar.
Muito linda esta homenagem poética de Miguel Torga ao Mar, onde todos buscamos o infinito de nós.
Beijinhos
Branca
"Embebedam-se os olhos
Dos poetas
Mas excedes também os versos do seu canto."
Excelente este poema de Miguel Torga de quem eu sou grande fã.
Um beijo e uma Boa Páscoa.
A ver o Mar... e a poesia que dele dimana, fresca, saudável, benigna...
que bom todo este perfume do mar, abraçado à poesia.
beijinho Isamar
É verdade quem se cansa do Torga...
Passei para te desejar uma Páscoa muito Feliz...Beijinto lá da minha Lua.
SOL
Cheguei hoje ao blog que muito me agradou.
Despertou-me especial atenção a descrição da Maria Mar, que comentei.
Torga e Sophia,
sempre!
Petrus
Torga ...o meu poeta...a terra segura que se pisa e no entanto aqui tao mar
Obrigada pela partilha
brisas mansas para todos*
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