quinta-feira, 13 de agosto de 2009

Gaivota



Se uma gaivota viesse
trazer-me o céu de Lisboa
no desenho que fizesse,
nesse céu onde o olhar
é uma asa que não voa,
esmorece e cai no mar.

Que perfeito coração
no meu peito bateria,
meu amor na tua mão,
nessa mão onde cabia
perfeito o meu coração.

Se um português marinheiro,
dos sete mares andarilho,
fosse quem sabe o primeiro
a contar-me o que inventasse,
se um olhar de novo brilho
no meu olhar se enlaçasse.

Que perfeito coração
no meu peito bateria,
meu amor na tua mão,
nessa mão onde cabia
perfeito o meu coração.

Se ao dizer adeus à vida
as aves todas do céu,
me dessem na despedida
o teu olhar derradeiro,
esse olhar que era só teu,
amor que foste o primeiro.

Que perfeito coração
morreria no meu peito morreria,
meu amor na tua mão,
nessa mão onde perfeito
bateu o meu coração.

Alexandre O'Neill

5 comentários:

DE-PROPOSITO disse...

Que perfeito coração
-----------
_Será que há perfeito coração?!...
-------
Fica bem.
E felicidades para ti.
Manuel

João Roque disse...

Adoro o O'Neil e adoro este poema, só lido, ou cantado...
Apenas não adoro, detesto mesmo, as gaivotas...até fujo delas (manias...)
Beijinhos.

mixtu disse...

se uma gaivota viesse
que ela estivesse bem das tripas

e que não fosses pescador...

digo eu, yayay

abrazo serrano, para ti e para o poeta pescador... ou marinheiro

Manuel Veiga disse...

linda. a gaivota. e seu voo...

beijo

gaivota disse...

um poema que diz tudo... tenho-as aqui tantasssssssssssssssssss à minha frente, esperam-me quando levo um saco com pão já partido e lhes dou, quase à boca...
são lindassssssss, sempre!
beijinhos milesssss