terça-feira, 30 de setembro de 2008

Eu Quero Escrever um Poema



Eu quero escrever um poema

mas de poucas palavras disponho

Penso no Mar

Também no amor

Naturalmente na saudade

Acrescento a amizade

E não pode faltar o sonho




Com cinco palavras

Vou continuar

O poema que quero escrever

Para vos oferecer



Prossigo a viagem

Sem pensar em paragem

Não, não quero desistir

Tenho mesmo que insistir



Agora chega a palavra pai

Depois associo-lhe mãe

E continuo a caminhada

Devagarinho, entusiasmada



Chega o tio Manuel

Que me ofereceu um anel

Na verdade ofereceu dois

Pelo casamento , pois!



Os anos passaram

E chegou o fruto

Um menino, o produto

De um longa história

Que está na memória



E a viagem prossegue

Chega, enfim,

Embrulhada em esperança

Outra criança


Esta sempre será

A música ideal

Numa casa onde afinal

É cada vez mais

A estrela calma

que dá vida e alma

aos avós e aos pais


Sophiamar

quarta-feira, 24 de setembro de 2008

Palavras sentidas




Que nostalgia é esta
No início do Outono
Que me veste a alma
E me tira o sono?



Lágrimas gélidas
Impiedosamente caem
E os gritos da dor
Sufocados não saem

Habitando esta ruina
Desmoronada a cair
Enraizou-se a tristeza
Que ameaça não partir

Vai pranto meu
Abre a porta à esperança
Outrora tecida na madrugada
Em lençóis de doce fragrância
Agora tão desejada



Sophiamar

terça-feira, 16 de setembro de 2008

Victor Jara, 35 anos de Saudade! O sonho continua!



Víctor Lidio Jara Martínez (Chileno, 28 de setembro de 1932 — 16 de setembro de 1973) músico, compositor, cantor e director de teatro chileno, deixou-nos há 35 anos.Nascido numa família de camponeses, tornou-se referência internacional da canção revolucionária.Foi assassinado barbaramente em 16 de setembro de 1973, na capital do Chile ( Santiago) nos primeiros dias de repressão que se seguiram ao golpe de estado de Augusto Pinochet contra o governo do presidente Salvador Allende, ocorrido em 11 de setembro daquele ano (Google).

domingo, 14 de setembro de 2008

Encerramento de blogues



Os blogues Leituras ao Serão e O Lugar da Poesia foram encerrados temporariamente. O Alfazema Azul talvez não regresse à blogosfera. Alguém disse que não se deve voltar ao lugar onde fomos felizes. Com alguma razão.
O meu muito obrigada pelas palavras que lá foram deixando. Esse carinho ficou registado. Estarei eternamente grata a quem, com honestidade, escreveu palavras que muito me sensibilizaram. Talvez um dia traga aqui as razões que levaram ao seu encerramento. Ou talvez não!
Creiam que continuarei AVer o Mar com a amizade e o carinho de sempre .

Bem hajam!

Mais um ano!

Acabaram, por agora, os dias no campo e , simultaneamente, os de praia. Setembro ainda está quente, por ora seco, a vida corre calma. Poucos meses antes, começara o seu interesse pela blogosfera e começou a fazer os primeiros amigos virtuais.Sentada na mesma mesa de sempre, junto da mesma janela, na sala onde faço amizades que julgo para a vida, recordo estes meses passados num meio onde as pessoas ainda mantêm laços de vizinhança à antiga. Pedem uma folha de louro, um ramo de coentros, uma cabeça de alhos, uns ovos emprestados. Agora chegou a hora de fazer as malas e retornar à cidade. Sinto saudades dos amigos. A amizade é o amor na sua expressão mais sublime, diz um amigo seu. A amizade é uma obsessão, uma necessidade, um pilar indispensável para que eu prossiga a minha caminhada. Foi nesta sala que fiz muitos amigos virtuais. Aproximámo-nos lentamente. Eu comentava eles retribuíam. O ar quente da manhã impregnado de aromas campestres entra pela janela, entreaberta,e recordo alguns que partiram, com lágrimas à mistura. É assim a saudade. A buganvília, testemunha silenciosa das minhas palavras, continua florida. A roseira também. Mas há mais flores. E quase todas represetam amigos. A rosa salmão é a mais importante. As dálias já não estão em flor. Nem as camélias. Levanto-me cedo todos os dias. Já não sou tão madrugadora mas gosto de sentir a brisa fresca da manhã, ouvir o canto dos pássaros, dos galos, as galinhas a cacarejar, os melros a piar e os passaritos a comer no prato de barro, sobre o poço, que comprei de propósito para eles. Com bebedouro e tudo. Foi aqui que todos os dias vim ao vosso encontro e só saía quando o sol, quente e luminoso, me chamava para a praia . Era quase um namoro tanto era o prazer do encontro e , depois, da conversa. E , assim, ao amanhecer marcavam o encontro do serão. E tudo tinha acontecido tão acidentalmente!E ficavam até perto das dez horas num diálogo quente, bem disposto, expondo pensamentos e opiniões. Em seguida, preparava-se e partia para a praia. Mas aqueles instantes da manhã eram maravilhosos. À noite, encontravam-se depois do jantar, conforme o combinado, e por lá fica vam mais um bocado. Nove de Agosto, foi noite de lua cheia e ela deitou-se tarde. Não é noctívaga mas ,nessa noite, saiu, olhou a lua e formulou três desejos. Têm seguido os trilhos que tão convictamente pediu.Se há momentos mágicos na vida, aquele era-o na sua. Na dele também. Tinha a certeza. Ela sentia-se a pairar, entre o céu e a terra, num espaço quase etéreo.Depois, com o Outono, aquela fase acabou e deu lugar a outra, em que, depois do almoço, ou a meio da tarde, não dispensavam o "café" tomado sem pressa, quase um passatempo em que aquele que primeiro o acabasse dava um beijo no outro, um abraço, uma carícia.Ela sempre acreditou na magia do amor. E acredita. E assim foram acontecendo encontros que deram lugar a uma grande cumplicidade, a uma partilha de sentires tão perfeita que a amizade criou raízes profundas. Quando o " encontra" sente uma vertigem percorrer-lhe o corpo, uma alegria que não tem palavras para a descrever.Indizível, mesmo! Ele é, para ela , uma fortaleza, inexpugnável, onde sente a protecção que tanto precisa.Costuma dizer que , quando fala com ele, vive um romance que depois passa para um diário. Esse , sim, talvez venha a ser, um dia, um romance escrito.E estava ela bem longe de imaginar que aquele amigo virtual, já real, viria a ser uma parte imprescindível da sua vida! Adora-o! Adorá-lo-á! Sempre!