São como um cristal,
as palavras.
Algumas, um punhal,
um incêndio.
Outras,
orvalho apenas.
Secretas vêm, cheias de memória.
Inseguras navegam:
barcos ou beijos,
as águas estremecem.
Desamparadas, inocentes,
leves.
Tecidas são de luz
e são a noite.
E mesmo pálidas
verdes paraísos lembram ainda.
Quem as escuta? Quem
as recolhe, assim,
cruéis, desfeitas,
nas suas conchas puras?
Eugénio de AndradeHoje, 19 de Janeiro, Eugénio de Andrade faria 88 anos.
5 comentários:
Já estão dois dos meus quatro poetas portugueses preferidos: Sophia e Andrade; difícil é postar sobre os dois restantes...
No dia do seu aniversário.
Acabei de postar este mesmo poema...
Abraço do Zé
Que bom teres-te lembrado deste querido poeta e de um dos seus mais lindos poemas.
Gostei de recordar.
Beijinhos com muita amizade.
Branca
Sei que nada sei... Mas as palavras são como pedras, depois de atiradas, podem magoar e, não voltam atrás.
As palavras de Eugénio de Andrade são imortais! Obrigada por as trazeres !
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