Nesta batalha, que marcou a participação de Portugal na Primeira Guerra Mundial, os exércitos alemães infligiram uma estrondosa derrota às tropas portuguesas, constituindo a maior catástrofe militar portuguesa depois da batalha de Alcácer-Quibir, em 1578.
A frente de combate distribuía-se numa linha de 55 quilómetros, entre as localidades de Gravelle e de Armentiéres, guarnecida pelo 11° Corpo Britânico, com cerca de 84.000 homens, entre os quais se compreendia a 2ª divisão do Corpo Expedicionário Português (CEP), constituída por cerca de 20 000 homens, dos quais, mais de 15 000 estavam nas primeiras linhas, comandados pelo general Gomes da Costa. Estes viram-se impotentes para conter o embate de oito divisões do 6º Exército Alemão, com cerca de 55 000 homens comandados pelo general Ferdinand von Quast . A ofensiva alemã, montada por Erich Ludendorff, ficou conhecida como ofensiva "Georgette" e visava a tomada de Calais e Boulogne-sur-Mer. As tropas portuguesas, em apenas quatro horas de batalha, perderam cerca de 7.500 homens entre mortos, feridos, desaparecidos e prisioneiros, mais de um terço dos efectivos, entre os quais 327 oficiais.
De entre as várias razões apontadas para esta derrota, segundo vários historiadores, conta-se a alteração da política de beligerância do Corpo Expedicionário Português. Sidónio Pais, colocado em Dezembro de 1917 na Presidência da República, alterou profundamente a política seguida anteriormente pelo Partido Democrático e muitos oficiais com experiência de guerra foram chamados a Lisboa por razões de perseguição política ou de favor político. Alguns oficiais, com maior poder económico e de influência, regressaram a Portugal mas não voltaram para ocupar os seus postos.
Moralmente, o exército estava tão afectado, vendo-se entregue à sua sorte, que houve insubordinações, deserções e suicídios.
O ataque alemão deu-se no dia em que as tropas lusas tinham recebido ordens para, finalmente, serem deslocadas para posições mais à rectaguarda.
As tropas britânicas recuaram nas suas posições, deixando expostos os flancos do CEP, facilitando o seu envolvimento e aniquilação.
O resultado da batalha já era esperado por alguns oficiais como Gomes da Costa e Sinel de Cordes que, por diversas vezes, tinham comunicado ao governo português o estado calamitoso das tropas.
No entanto, é de realçar o facto de a ofensiva "Georgette" se tratar duma ofensiva já próxima do desespero, planeada pelo alto comando da Alemanha Imperial para causar a desorganização em profundidade da Frente Aliada antes da chegada das tropas Norte-Americanas que nessa altura já se encontravam a caminho da Europa.
O objectivo de Ludendorff consistia em atacar fortemente os flancos do CEP, consciente que os flancos das linhas Portuguesa e Britânica vizinha recuariam para o interior das suas zonas defensivas em vez de manterem uma frente coerente, abrindo assim uma larga passagem por onde a infantaria alemã se poderia lançar. Coerente com esta táctica, e para assegurar que os flancos do movimento alemão não ficavam desprotegidos, os estrategas alemães decidiram simplesmente arrasar o sector português com a sua incomparável superioridade. ( Google)
32 comentários:
Nas guerras é preferivel que "morra" (quero dizer que se detenha, maneate, isole) apenas um em nome de todos,
isto é o incentivador, aquele que pense dizimar uma população.
Esta lógica deveria estende-se também a qualquer governante, em relação ao sofrimento que cause a determinado país.
Beijinho Sophia
Bom domingo
Que bom que voltou Amiga. E com uma bela lição de história. Quisera lê-la com outra disposição, que me permitisse comentá-la depois. Fica para outro dia.
Encontrá-la aqui já alegrou um pouco o meu dia.
Um abraço
minha querida amiga, posso dizer "tou mesmo à toa" entendo que anda qualquer coisa no ar,o jorge também me deu a entender tal facto...
já venho conversar contigo, daqui a bocadinho...tou fora e tou no "ir"
já venho...
beijinhosssssssssssssssssssssss
anda até cá...
Jo Ra Tone
Em perfeita sintonia contigo! Aquele que decide a guerra que vá combater.
Beijinhos
Bom domingo
Elvira
Retomei a blogosfera para aligeirar o dia. Quem dera que passe depressa. Sabes quanto preciso que a 2ª Feira chegue.
Beijinhosss
Força, amiga!Parece-me que não estás bem. Já aí vou.
Gaivota, Amiga do mar da Naza(ré)!
Logo que possa escrevo-te email. Devo-te um muito grande. Se me escreveres, conta-me sobre a família de Faro e onde morava. Se puderes.
Tenho andado mal mas tenho evitado escrever-te . Sei como tens andado atarefada.
Beijinhos mil
Bem hajas!
Mas que grande lição de história. Sinto-me tão ignorante quando aqui venho, mas com o tempo passa-me, já que aprendo sempre mais qualquer coisa...
Beijocas
o cartão está prontinho.
Sophia.
Ainda bem que aqui estás,e trazes contigo uma grande lição de história,pois as gueeras serão sempre,a outra fase negra,mas existiram é a verdade.
Beijinho Lisa
Isabel
Que bom que aqui estás! E com uma excelente lição de história!
Força Amiga! Que 2ª feira te traga só Alegrias!
Um beijo muito grande
Minha Querida Amiga:
Um grande artigo sobre a I Grande Guerra que tanto me diz, Meu avô paterno foi médico expedicionário do CEP e foi condecorado com a Cruz de Guerra. Registaram-se actos de heroismo por parte de alguns soldados portugueses.
Coincidencia ou não no campo também se fala de guerra.
Passa por lá.
Beijos
BOM DIA AMIGA ISABEL
GRANDE LIÇÃO DE HISTÓRIA DA 1ª DAS GRANDES ATROCIDADES DO SÉC. PASSADO! MESMO QUEM NADA SOUBESSE DA 1º GUERRA MUNDIAL, COM ESTE TEU POST JÁ FICA QUASE "FORMADO" NO ASSUNTO...
UM POORTUGUÊS CÉLEBRE (AO TEMPO) NAS LETRAS, EM PARTICULAR NO HUMOR FOI O HUMORISTA ANDRÉ BRUN, DE QUE AQUI EM CASA HÁ TODOS OS LIVROS E VÁ, LÁ, ESSES EU LI-OS QUASE TODOS. SAÕ DE MORRER A RIR!!!
VEM ISTO AO PROPÓSITO DE QUE UMA DAS OBRAS É "A MALTA DAS TRINCHEIRAS" - PRECISAMENTE ESTE, EU NÃO LI. CREIO JÁ SE TRATAR DE UMA OBRA NADA HUMORÍSTICA, POIS ANDRÉ BRUN ESTEVE NAS TRINCHEIRAS DA 1ª G-GUERRA, E NESSE LIVRO DESCREVE A SUA TERRÍVEL EXPERIÊNCIA.
TAMBÉM DEVIDO ÀS SEQUELAS SOFRIDAS DO SEU TEMPO DE SOLDADO, AGDOECERIA E VIRIA A FALECER PRECOCEMENTE.
TIVERA EU MAIS TEMPO E FARIA UM POST SOBRE ELE. NÃO SEI SE LESTE ALGUM DOS SEUS LIVROS - "SEM CURA POSSÍVEL", "CADA VEZ PEOR", "FILOSOFIA DE FÉLIX PEVIDE", "A VIDA DE UM RAPAZ GORDO", ETC. ANDRÉ B. FOI UM ESPÍRITO BRILHANTE, QUE COMO TANTOS EM PORTUGAL, HOJE ESTÁ PRATICAMENTE ESQUECIDO.
ESPERO ENTRETANTO QUE VÁS VENCENDO AS TUAS BATALHAS PESOAIS E FAMILIARES. QUEM NÃO AS TEM AMIGA! HÁ QUE CONFIAR NAS NOSSAS CAPACIDADES DE RESIST~ENCIA, QUE, AINDA ASSIM, ÀS VEZES SÃO MAIORES QUE JULGAMOS, E, PRECISAMENTE QUENDO ESTAMOS "EM GUERRAS" É QUE DISSO NOS APERCEBEMOS.
BOA SEMANA DE TRABALHO E CORAGEM
BEIJINHOS GRANDES!
Excelente lição de História, minha Amiga, a lembrar-nos como a guerra é sempre injusta e cruel. Um beijo.
Cara amiga, bela lição de história e de homenagem a todos que são vitimas da Guerra...
Beijo
Ainda hoje o meu tio Augusto é recordado na família, por ter ficado "gazeado" na Flandres.
Não esteve em La Lys, mas essa foi uma hecatombe que simboliza todas as nossas fraquezas e desgraças.
Hoje em dia, já não se fala praticamente da 1ª guerra mundial, e se a estudássemos melhor talvez evitássemos cometer os mesmos erros absurdos que causaram situações extremas como essa infeliz tragédia.
Obrigado por nos trazer esta excelente descrição histórica.
Um beijinho de amizade
Linda Amiga:
É sempre agradável visitá-la e conhecer um pouco do que faz de imensa e genial atenção, propósito e intenção.
Mesmo as desgraças, neste caso a intervenção desastrosa do exército português dizimado na Batalha de la Lys, foi o seu profundo gesto de cuidado.
O poderio alemão era avassalador, daí a catástrofe plena e a dizimação de soldados, atroz com elevadas baixas verificadas.
Excelente, amiga.
Desta vez, a beleza e encanto dos portugueses lutadores por uma causa justa fracassou.
Aprecio muito o seu valor e a riqueza de selecção de temas pertinentes que não cairam, da sua parte, ao abandono.
Bela pesquisa. Importante.
Sempre a lê-la com emoção, encanto e delícia
Beijinhos amigos
pena
O que aconteceu aos outros blogues, amiga? Estás outra vez com problemas? Beijos e bom feriado (Maria, também)...
Foram muitos os factores para este desfecho, e poucos os que aceitaram a sua responsabilidade na chacina.
Abraço do Zé
Olá Isabel,
Venho desejar-te um bom feriado.
Beijinhos para ti e para a Maria.
Branca
Isabel
Mais uma lição fantástica de história. Gostei muito. A propósito lembro o livro que o nosso colega José Sequeira Gonçalves escreveu, "Cruz de Portugal". É um livro assente numa grande investigação sobre a nossa participação na 1ª Grande Guerra.
Ainda bem que estás de volta !
bjs
Esperança
Lagartinha brincalhona, tu sabes tantoooooo!!! Não sejas tão modesta!
Obrigadinha pelo cartão. Já está a ver o mar.
Bjinhos
Agulheta
Convém recordá-las para que não se repitam. La Lys foi dramática para o Corpo Expedicionário Português.
Beijinhos
Bem hajas!
anamarta
A Segunda-Feira deixou-me mais animada mas há muito a percorrer.
A tua presença deixa-me animada.
Bem hajas!
Beijinhos
Papoila
O meu avô paterno também combateu nesta guerra e lembro-me, impressionada , de ir com ele ao cemitério prestar homenagem aos seus companheiros mortos em combate.
Beijinhos
Bem hajas!
Graça Pires
A guerra é sempre injusta e cruel, como dizes. Se os mandantes do mundo combatessem na linha da frente muitas coisas mudariam.
Beijinhos
Bem hajas!
Fernando
Agradeço as tuas palavras e o carinho nelas contido.
Obrigada!
Bem hajas!
Com Senso
Ah, se os mandantes do mundo combatessem, como já disse, muita coisa mudaria neste aspecto! Teriam audácia para combater?
Lembro-me de muitas histórias trágicas contadas pelo meu avô paterno. Não podemos deixar cair no esquecimento estes acontecimentos que deixaram cicatrizes tão profundas.
Beijinhossss
Pena
Querido Amigo as tuas palavras são lindas, doces,simpáticas.
Gosto tanto de te receber neste meu pequeno espaço! É um prazer ler-te, sentir a tua presença, saborear as palavras.
Bem hajas!
Mil beijinhos
Amigona
Os outros blogs já desapareceram há muito. Como sabes, o tempo falta-nos a nós, os que trabalhamos nas nossas profissões ou noutras como tu que te dedicas a causas de solidariedade onde todos nunca somos demais.
Beijinhos
Bem hajas!
Zé Povinho
Normalmente isso acontece muitas vezes. Há sempre os que , no fim, lavam as mãos. E tantos mortos houve!
Beijinhos
Brancamar
Sê bem vinda, amiga!
Sei que tens andado muito ocupada em causas muito meritórias.
Bem hajas!
Beijinhos
Escriba
Amiga, ainda não li esse livro mas creio que o tenho. Um vício meu, adquiri-los quase compulsivamente.
Voltei rapidamente graças a dois amigos que muito fizeram para atenuar o meu sofrimento.
Beijinhos, colega!
Aspásia, Amiga Linda!
Havia em casa dos meus pais vários livros do André Brun e lembro-me, sobretudo, desse que não leste. Tenho de os encontrar e fazer um post sobre ele. Ou fá-lo tu, amiga.
Por aqui, vai-se andando e desejando que o tempo passe para que haja resultados.
Beijinhos mil
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