quarta-feira, 31 de dezembro de 2008
Até Sempre!
É costume dizer-se nesta época "Ano Novo, Vida Nova". Embora eu nunca me tivesse sentido arrebatada por essa onda de optimismo que a muitos invade , ou temos realmente a coragem e a vontade de modificar alguma coisa na nossa vida, ou simplesmente continuaremos a manter o mesmo quotidiano em que o tempo passa a correr, deteriorando o nosso bem-estar assim como o daqueles que nos são mais queridos e íntimos.
Achei então que esta era a altura ideal para fazer uma reflexão sobre a continução do Sophiamar, que tenho vindo a adiar, dia após dia. Chegara a hora de colocar em prática aquilo que sistematicamente vinha protelando.
Os problemas do passado, ao passado pertencem, costumo dizer, falando das desgraças de outrora, ainda que delas aproveite sempre a lição que há que aproveitar mas, desta vez, não está a ser fácil libertar-me das amarras de um passado tão próximo. Não quero vitimizar-me mais. Acaba por ser mais confortável rasgar estas páginas e tomar as rédeas de um novo projecto. Quero ir mais além!
Neste final de 2008, quero enterrar memórias que muito me marcaram sem deixar de assumir parte da minha responsabilidade no insucesso de alguns relacionamentos,muito poucos, voltar a escrever, voltar a sentir-me verdadeiramente livre!
Estamos mesmo, mesmo a entrar em 2009, ano que não se adivinha fácil nem em Portugal nem no Mundo nem podemos transformá-lo, por mais que o queiramos, num golpe de magia, num ano fantástico da nossa vida! Eu sinto-me igualzinha ao que fui ontem, anteontem mas confesso que tentarei, desta vez, não ficar indiferente à data do calendário. Ano Novo, Vida Nova.
Encontrar-nos-emos por aí, meus queridos amigos.Reconhecer-me-ão!
Abraços para quem é de abraços, beijinhos para quem é de beijinhos.
Um Ano Novo muito feliz.
Bem-hajam por tudo de bom quanto me deram. E foi tanto!
terça-feira, 30 de dezembro de 2008
Receita de Ano Novo

Para você ganhar belíssimo Ano Novo
cor de arco-íris, ou da cor da sua paz,
Ano Novo sem comparação como todo o tempo já vivido
(mal vivido ou talvez sem sentido)
para você ganhar um ano
não apenas pintado de novo, remendado às carreiras,
mas novo nas sementinhas do vir-a-ser,
novo
até no coração das coisas menos percebidas
(a começar pelo seu interior)
novo espontâneo, que de tão perfeito nem se nota,
mas com ele se come, se passeia,
se ama, se compreende, se trabalha,
você não precisa beber champanha ou qualquer outra birita,
não precisa expedir nem receber mensagens
(planta recebe mensagens?
passa telegramas?).
Não precisa fazer lista de boas intenções
para arquivá-las na gaveta.
Não precisa chorar de arrependido
pelas besteiras consumadas
nem parvamente acreditar
que por decreto da esperança
a partir de janeiro as coisas mudem
e seja tudo claridade, recompensa,
justiça entre os homens e as nações,
liberdade com cheiro e gosto de pão matinal,
direitos respeitados, começando
pelo direito augusto de viver.
Para ganhar um ano-novo
que mereça este nome,
você, meu caro, tem de merecê-lo,
tem de fazê-lo de novo, eu sei que não é fácil,
mas tente, experimente, consciente.
É dentro de você que o Ano Novo
cochila e espera desde sempre.
Drummond de Andrade
segunda-feira, 29 de dezembro de 2008
Recomeça

Se puderes
Sem angústia
E sem pressa.
E os passos que deres,
Nesse caminho duro
Do futuro
Dá-os em liberdade.
Enquanto não alcances
Não descanses.
De nenhum fruto queiras só metade.
E, nunca saciado,
Vai colhendo ilusões sucessivas no pomar.
Sempre a sonhar e vendo
O logro da aventura.
És homem, não te esqueças!
Só é tua a loucura
Onde, com lucidez, te reconheças…
Miguel Torga
sexta-feira, 26 de dezembro de 2008
Natal

Enquanto a chuva
Escorrer da minha vidraça
E furar o telhado
Daquele farrapo de homem que além passa
Enquanto o pão
Não entrar com justiça
Lado a lado
Mão a mão
Nem Jesus vem
Andar pelos caminhos onde outros vão
Um dia
Quando for Natal
(E já não for Dezembro)
E o mundo for o espaço
Onde cabe
Um só abraço
Então
Jesus virá
E será
À flor de tudo
O Redentor
Universal
(Quando o homem quiser
Será Natal)
Manuel Sérgio
quarta-feira, 24 de dezembro de 2008
Natal

Soa a palavra nos sinos,
E que tropel nos sentidos,
Que vendaval de emoções!
Natal de quantos meninos
Em nudez foram paridos
Num presépio de ilusões.
Natal da fraternidade
Solenemente jurada
Num contraponto em surdina.
A imagem da humanidade
Terrenamente nevada
Dum halo de luz divina.
Natal do que prometeu,
Só bonito na lembrança.
Natal que aos poucos morreu
No coração da criança,
Porque a vida aconteceu
Sem nenhuma semelhança.
Miguel Torga
Bofinho, Alvaiázere, 9 de Fevereiro de 1975
terça-feira, 23 de dezembro de 2008
Natal

Menino Jesus, que nasces
Quando eu morro,
E trazes a paz
Que não levo,
O poema que te devo
Desde que te aninhei
No entendimento,
E nunca te paguei
A contento
Da devoção,
Mal entoado,
Aqui te fica mais uma vez
Aos pés,
Como um tição
Apagado,
Sem calor que os aqueça.
Com ele me desobrigo e desengano:
És divino, e eu sou humano,
Não há poesia em mim que te mereça.
Miguel Torga
(Gaia, 24 de Dezembro de 1990)
segunda-feira, 22 de dezembro de 2008
Natal
domingo, 21 de dezembro de 2008
Natal
sábado, 20 de dezembro de 2008
Natal
quinta-feira, 18 de dezembro de 2008
Natal

Foi tudo tão pontual
Que fiquei maravilhado.
Caiu neve no telhado
E juntou-se o mesmo gado
No curral.
Nem as palhas da pobreza
Faltaram na manjedoira!
Palhas babadas da toira
Que ruminava a grandeza
Do milagre pressentido.
Os bichos e a natureza
No palco já conhecido.
Mas afinal o cenário
Não bastou:
Fiado no calendário,
O homem nem perguntou
Se Deus era necessário...
E Deus não representou.
Miguel Torga
S. Martinho de Anta
25 de Dezembro de 1950
segunda-feira, 15 de dezembro de 2008
Natal

Leio o teu nome
Na página da noite:
Menino Deus...
E fico a meditar
No milagre dobrado
De ser Deus e menino.
Em Deus não acredito.
Mas de ti como posso duvidar?
Todos os dias nascem
Meninos pobres em currais de gado.
Crianças que são ânsias alargadas
De horizontes pequenos,
Humanas alvoradas...
A divindade é o menos.
Miguel Torga
(S. Martinho de Anta, 24 de Dezembro de 1966)
sábado, 13 de dezembro de 2008
Natal
quarta-feira, 10 de dezembro de 2008
História Antiga

Era uma vez, lá na Judeia, um rei.
Feio bicho, de resto:
Uma cara de burro sem cabresto
E duas grandes tranças.
A gente olhava, reparava, e via
Que naquela figura não havia
Olhos de quem gosta de crianças.
E, na verdade, assim acontecia.
Porque um dia,
O malvado,
Só por ter o poder de quem é rei
Por não ter coração,
Sem mais nem menos,
Mandou matar quantos eram pequenos
Nas cidades e aldeias da Nação.
Mas,
Por acaso ou milagre, aconteceu
Que, num burrinho pela areia fora,
Fugiu
Daquelas mãos de sangue um pequenito
Que o vivo sol da vida acarinhou;
E bastou
Esse palmo de sonho
Para encher este mundo de alegria;
Para crescer, ser Deus;
E meter no inferno o tal das tranças,
Só porque ele não gostava de crianças
Miguel Torga
domingo, 7 de dezembro de 2008

Velho Menino-Deus que me vens ver
Quando o ano passou e as dores passaram:
Sim, pedi-te o brinquedo, e queria-o ter,
Mas quando as minhas dores o desejaram...
Agora, outras quimeras me tentaram
Em reinos onde tu não tens poder...
Outras mãos mentirosas me acenaram
A chamar, a mostrar e a prometer...
Vem, apesar de tudo, se queres vir.
Vem com neve nos ombros, a sorrir
A quem nunca doiraste a solidão...
Mas o brinquedo... quebra-o no caminho.
O que eu chorei por ele! Era de arminho
E batia-lhe dentro um coração...
Miguel Torga
sexta-feira, 5 de dezembro de 2008
Data

segunda-feira, 1 de dezembro de 2008
Dia Mundial da Luta Contra a Sida

1 de Dezembro de 1640- A Restauração da Independência

domingo, 23 de novembro de 2008
A amizade virtual

«Amigo» é um sorriso
De boca em boca,
Um olhar bem limpo,
Uma casa, mesmo modesta,que se oferece,
Um coração pronto a pulsar
Na nossa mão!
Alexandre O'Neill,
Muitas são as vezes em que dou comigo a questionar-me sobre a amizade virtual. Será que existem dois tipos de amizade? Não é ela um sentimento único como sempre me ensinaram? Não vai nascendo, crescendo e consolidando com as palavras que aqui trocamos durante meses, anos a fio? Será o computador um criador de amizades inconsistentes que se fazem e desfazem sem deixar sequelas? Não o creio nem o sinto. Eu conheço algumas das pessoas que me comentam. Por fotografia, pela voz, por fotografia e voz, pelas palavras que escrevem ( nós também somos o que escrevemos) mas não será isso suficiente para que um conhecimento aqui nascido se transforme, com o tempo, numa sólida amizade?
Aqui partilhamos alegrias, tristezas, confidências, enfim, o nosso quotidiano. Que outro nome podemos dar a esta partilha constante que não o de amizade?
Eu acredito nos sentimentos que aqui se vão gerando. Eu tenho saudades dos que foram deixando a blogosfera, dos que não se despediram, não deixaram endereço. Compreendo, no entanto, que nem sempre o tempo nos permite escrever as palavras que desejaríamos mas não compreendo a ausência definitiva sem que que uma troca de palavras com acinte tivesse existido,um pedido explícito para não comentar ou excluir o link da lista que exibimos no blog. Eu alegro-me com os comentários que me vão deixando, eu sinto que há algo que me une a quem por aqui passa, a uns mais do que a outros,naturalmente, mas preocupo-me com a seu estado de saúde, com a sua ausência, com o seu mutismo.
Continuo sem perceber por que razão estas amizades virtuais não têm a credibilidade das outras, as que mantemos com aqueles que cresceram connosco, que estão à nossa beira e com quem, de olhos nos olhos, partilhamos os diferentes estados de alma.
Este mundo, a blogosfera, é, cada vez mais, uma parte de mim, de nós, assim o sinto, e aqui estou disponível, agora quase recuperada, para os meus amigos. Para quem vier por bem.
Em nome da amizade que aqui vou construindo, e muito especialmente àqueles que desde a primeira hora, por mail, por telefone,no blog me deram a mão deixo um beijo, a minha amizade e o meu bem-hajam!
domingo, 16 de novembro de 2008
Dar de Vaia
Apetecia-me ficar aqui à conversa, contar-vos como têm sido os últimos meses mas não é para isso que aqui estou. E quero falar-vos de outras coisas a curto prazo. A memória elefantina que possuo ( sou,nesse aspecto, uma privilegiada) permitir-me-ia ficar a escrever horas a fio dos costumes deste sítio serrano onde me abrigo ao fim-de-semana mas,neste momento, o talento também se escoou.Se alguma vez o tive! Há uns anos, gozava o silêncio do campo, punha as leituras em dia, dormitava,dava um passeio pelas veredas e carreiros que me levavam ao Ribeiro da Serra, à Fonte Férrea, ao Moinho de Vento e no regresso tinha um almoço ou um jantar daqueles que nos fazem crescer água na boca.
Agora vou ficando por aqui, faço uma pequena jardinagem porque há quem faça a maior, olho a azinheira centenária plantada pelo bisavô e, de repente, lembro-me que a minha mãe faria anos hoje. Cresci debaixo de uma das suas asas. A outra abrigava toda a família. Uma verdadeira matriarca! Ainda não me recompus da sua perda. Não me recomporei mas a saudade vai atenuando com a chegada dos netos. A primeira, a única por enquanto, é a menina dos meus olhos. Os dela têm a cor da serra e do mar e aposto convosco que há-de gostar tanto das gentes serranas quanto gostam os avós e o pai. Quanto gostaram os seus ascendentes. Gente de boa cepa, rija como a terra o exige, que prefere quebrar a torcer.
quinta-feira, 13 de novembro de 2008
Obrigada, Elvira! Bem-hajas, Amiga!

"Tenho fases, como a lua
Fases de andar escondida,
fases de vir para a rua...
Perdição da minha vida!
Perdição da vida minha!
Tenho fases de ser tua,
tenho outras de ser sozinha.
Fases que vão e que vêm,
no secreto calendário
que um astrólogo arbitrário
inventou para meu uso.
E roda a melancolia
seu interminável fuso!
Não me encontro com ninguém
(tenho fases, como a lua...)
No dia de alguém ser meu
não é dia de eu ser sua...
E, quando chega esse dia,
o outro desapareceu..."
terça-feira, 11 de novembro de 2008
1896, Guerra Junqueiro, em " A Pátria"
domingo, 9 de novembro de 2008
E por vezes as noites duram meses...

sábado, 8 de novembro de 2008
Da Serra ... com amizade...e alguma melancolia.
terça-feira, 4 de novembro de 2008
Viagem
E reforcei a fé de marinheiro.
Era longe o meu sonho, e traiçoeiro
O mar…
(Só nos é concedida
Esta vida
Que temos;
E é nela que é preciso
Procurar
O velho paraíso
Que perdemos).
Prestes, larguei a vela
E disse adeus ao cais, à paz tolhida.
Desmentida,
A revolta imensidão
Transforma dia a dia a embarcação
Numa errante e alada sepultura…
Mas corto as ondas sem desanimar.
Em qualquer aventura,
O que importa é partir, não é chegar.
quinta-feira, 30 de outubro de 2008
As Palavras

as palavras.
Algumas, um punhal,
um incêndio.
orvalho apenas.
Secretas vêm, cheias de memória.
Inseguras navegam:
barcos ou beijos,
as águas estremecem.
leves.
Tecidas são de luz
e são a noite.
verdes paraísos lembram ainda.
as recolhe, assim,
cruéis, desfeitas,
nas suas conchas puras?
terça-feira, 28 de outubro de 2008
A Propósito de Estrelas
por ele se interessar por estrelas
se me interessei por estrelas por me interessar
pelo rapaz hoje quando penso no rapaz
penso em estrelas e quando penso em estrelas
penso no rapaz como me parece
que me vou ocupar com as estrelas
até ao fim dos meus dias parece-me que
não vou deixar de me interessar pelo rapaz
até ao fim dos meus dias
nunca saberei se me interesso por estrelas
se me interesso por um rapaz que se interessa
por estrelas já não me lembro
se vi primeiro as estrelas
se vi primeiro o rapaz
se quando vi o rapaz vi as estrelas
Adília Lopes

Biografia
Adília Lopes, poetisa, cronista e tradutora, é o pseudónimo literário de Maria José da Silva Viana Fidalgo de Oliveira, nascida em Lisboa a 20 de Abril de 1960. Tem vivido sempre nesta cidade e na mesma casa, habitada pela família da mãe desde 1916.
Concorreu em 1983 a um Prémio de Prosa da APE, para o qual um amigo lhe sugeriu o pseudónimo por que ficou conhecida, e enviou poemas para a editora Assírio & Alvim, que remeteu dois deles para o seu Anuário de Poetas não Publicados de 1984. Licenciou-se na Faculdade de Letras de Lisboa e publicou o seu primeiro livro de poemas em edição de autor, "Um jogo bastante perigoso" em 1985. O primeiro poema do livro evoca Esther Greenwood, a narradora de "Câmpanula de Vidro", um romance autobiográfico onde a poetisa norte-americana, Sylvia Plath, reflectiu a depressão profunda que a afectou.
Ao longo do curso, Adília Lopes publicou outros quatro livros de poesia, entre os quais "O Poeta de Pondichéry" em 1986 – a sua obra mais traduzida, baseada numa enigmática personagem de "Jacques le Fataliste", romance de Diderot e "O Decote da Dama de Espadas " em 1988, compilação de poemas redigidos entre 1983 e 1987, louvado por vários críticos.
Não escreveu no período de 1987 a 1991 e, de certa forma, inicia nesse ano um novo ciclo, novamente em edição de autor, com "Os 5 Livros de Versos Salvaram o Tio", 250 exemplares para distribuição gratuita. Recusado por seis editoras, tem na capa, simbolicamente, a data do primeiro livro - 1985.
Entre 1992 e 1997, publicou cinco livros de poesia e especializou-se em Ciências Documentais, em 1995, na Faculdade de Letras de Lisboa. Trabalhou nos espólios de Fernando Pessoa, Vitorino Nemésio e José Blanc de Portugal.
Em 2000 , foi publicado "Obra", reunião dos quinze livros de poesia de Adília Lopes, com ilustrações de Paula Rego. A pintora, surpreendida, havia encontrado nos poemas um impressionante paralelo com o seu próprio imaginário. Em resposta à cortesia, Adília traduziu para português Nursery Rhymes (Rimas de Berço), um álbum de gravuras de Paula Rego baseadas nas clássicas rimas infantis inglesas.
As principais influências literárias assumidas por Adília Lopes são Sophia de Mello Breyner Andresen e Ruy Belo, mas também a Condessa de Ségur, Emily Brönte, Enid Blyton, Roland Barthes ou Nuno Bragança.

Ao centro, pintura de Paula Rego
Tenham um Boa Semana.
Beijos
domingo, 26 de outubro de 2008
Diospiros

sexta-feira, 24 de outubro de 2008
Bom Fim de Semana!
segunda-feira, 20 de outubro de 2008
Tenham uma boa semana!
sábado, 18 de outubro de 2008
sábado, 11 de outubro de 2008
Da Influência da Lua
Outono.
O sol, qual brigue em chamas, morre
Nos longes de água.... Ó tardes de novena!
Tardes de sonho em que a poesia escorre
E os bardos, a cismar, molham a pena!
Ao longe, os rios de águas prateadas
Por entre os verdes canaviais, esguios
São como estradas líquidas, e as estradas
Ao luar, parecem verdadeiros rios!
Os choupos nus, tremendo, arrepiadinhos
O xaile pedem a quem vai passando...
E os seus leitos nupciais, os ninhos
As lavandiscas noivas piando, piando!
O orvalho cai do céu como unguento.
Abrem as bocas, aparando-os, os goivos;
E a laranjeira, aos repelões do vento,
Deixa cair por terra a flor dos noivos.
E o orvalho cai...e a falta de água, rega
O vale sem fruto, a terra árida e nua!
E o Padre-Oceano, lá de longe, prega
O seu sermão de lágrimas à lua!
A Lua! Ela não tarda aí, espera!
O mágico poder que ela possui
Sobre as sementes, sobre o oceano impera,
Sobre as mulheres grávidas influi...
Ai os meus nervos, quando a lua é cheia!
Da arte novas concepções descubro
Todo me aflijo, lá fazem ideia...
Ai a ascensão da Lua em Outubro!
Tardes de Outubro! Ó tardes de novena
Outono! Mês de Maio, na Lareira! Tardes.....
Lá vem a Lua, gratiae plena
Do convento dos céus, a eterna freira!
António Nobre
quinta-feira, 9 de outubro de 2008
«A Ti Regresso, Mar...»

Do sal que o vento traz à minha boca,
À tua claridade, a esta sorte
Que me foi dada de esquecer a morte
Sabendo embora como a vida é pouca.
A ti regresso, mar, corpo deitado,
Ao teu poder de paz e tempestade,
Ao teu clamor de deus acorrentado,
De terra feminina rodeado,
Prisioneiro da própria liberdade.
A ti regresso, mar, como quem sabe
Dessa tua lição tirar proveito.
E antes que esta vida se me acabe,
De toda a água que na terra cabe
Em vontade tornada, armado o peito.
José Saramago
domingo, 5 de outubro de 2008
A Cultura ficou Mais Pobre! E todos nós também!

RE-partindo
Sei que contigo vão partir
memórias de um tempo partilhado,
dias breves que hoje são passado
e podiam no entanto ser porvir.
Sei que levas na bagagem a lembrança
dos olhos nimbados de tristeza
mas também o brilho da bonança
que alimenta a tua natureza.
Mas se partes, apenas uma parte
vai contigo rasgando o mar e o vento:
que outra parte de ti já se reparte
na minha memória e pensamento.
24 de Agosto de 2008
FERNANDO PEIXOTO
Teatro da Solidão
É difícil estar só, com tanta gente
Que ao nosso lado aumenta a solidão!
Saber que estar só é ser diferente,
É ser apenas um na multidão!
É difícil sentir que, de repente,
Somos menos que um átomo: um neutrão,
Um fogacho de luz, um comburente
Do cosmos gigantesco em combustão.
Difícil é saber qual o papel
Que vamos na Vida interpretar
Na plateia que iremos enfrentar.
Buscamos no outro a sua pele,
Assumimos de um outro a dimensão
Pra ser o que não somos: Ilusão!
Setembro – Funchal 2006
FERNANDO PEIXOTO
Memóriade de Um Soldado que Veio da Guerra
Regressei à minha terra
vindo de Alcácer-Kibir.
Trouxe a memória da guerra
nesta forma de sentir
a morte por todo o lado
uivando como um coiote.
Trago a memória da morte
no sonho despedaçado.
Trouxe a memória dos gritos
dos corpos semi-desfeitos,
trago a memória dos mitos
de orgulhos e preconceitos.
Trouxe nos olhos poentes
e horizontes esfumados
dos jovens ludibriados
por mentiras indecentes.
Trouxe comigo a derrota,
a mentira, a cobardia
e a miséria que suporta
um resquício de agonia.
Trouxe a mágoa reflectida
no rosto de uma mulher
que já não sabe o que quer:
— se quer a morte ou a vida.
Trago a saudade no peito,
trago uma esperança adiada,
trago esta forma sem jeito
de saudar a madrugada
no filho que irá nascer
e nos teus braços dormir,
no cravo que hás-de parir
quando a Paz reverdecer.
Não veio comigo o Rei.
Em Alcácer nunca o vi
e no tempo em que lutei
nunca ao meu lado o senti.
Estava longe, parece,
longe de mim, da Verdade.
Longe de mim, na Cidade
o Rei jaz morto e apodrece.
Vendo bem, não trouxe nada
do muito que então levei.
Trouxe a memória pesada
da vergonha que encontrei
e que regressa comigo:
— o povo que conheci
e contra o qual me bati
não era um povo inimigo!
Até Sempre, Fernando!
sábado, 4 de outubro de 2008
O teu presente para a Maria!

e me retira a bonança
eu renovo-me escutando
o riso de uma criança:
é melodia afastando
as nuvens da tempestade.
E um novo sol vai brilhando
num céu de felicidade!
Fernando Peixoto
quinta-feira, 2 de outubro de 2008
Quando
quarta-feira, 1 de outubro de 2008
Amor Amado
São rubros e as rosas,
Tão vivo é o meu amor por ti.
Com essa força atravesso
Todas as tempestades
E descubro em cada momento
A fonte da alegria.
No silêncio repito
O teu nome como um bálsamo
E sei que tu o meu repetes
como um apelo.
E o apelo não é vão
Pois com ele me dás as estradas
E os atalhos para chegar a ti.
Ao teu encontro vou
Com as rosas de Maio
Com as cerejas de Junho
Com as uvas de Setembro
E cada mês me dá para te levar
a sua novidade
Pois o amor faz novas todas as coisas.
Quando te não vejo vejo-te em todo o lado
E oiço-te em todas as vozes
Tu que és a única voz.
Em ti me refaço e me transformo
E fluo para ti como um grande rio
Na certeza de ti, que és o meu (a)mar.
Maria Teresa Dias Furtado
terça-feira, 30 de setembro de 2008
Eu Quero Escrever um Poema

quarta-feira, 24 de setembro de 2008
Palavras sentidas
No início do Outono
Que me veste a alma
E me tira o sono?
Impiedosamente caem
E os gritos da dor
Sufocados não saem
Habitando esta ruina
Desmoronada a cair
Enraizou-se a tristeza
Que ameaça não partir
Vai pranto meu
Abre a porta à esperança
Outrora tecida na madrugada
Em lençóis de doce fragrância
Agora tão desejada
Sophiamar
terça-feira, 16 de setembro de 2008
Victor Jara, 35 anos de Saudade! O sonho continua!
domingo, 14 de setembro de 2008
Encerramento de blogues
O meu muito obrigada pelas palavras que lá foram deixando. Esse carinho ficou registado. Estarei eternamente grata a quem, com honestidade, escreveu palavras que muito me sensibilizaram. Talvez um dia traga aqui as razões que levaram ao seu encerramento. Ou talvez não!
Creiam que continuarei AVer o Mar com a amizade e o carinho de sempre .
Mais um ano!
sexta-feira, 29 de agosto de 2008
Nicolau Maquiavel

"Todos vêem o que pareces, poucos sentem o que és."
(Maquiavel)
Nicolau Maquiavel, filósofo político dos séculos XV/XVI, nasceu em Florença a 3 de Maiode 1469, e morreu em 20 de Junho de 1527.
Nada se sabe da sua vida antes de entrar ao serviço da República de Florença, após a queda do governo de Savonarola, para além de ser filho de um jurista. Serviu na administração da República de Florença, de 1498 a 1512, na segunda Chancelaria, como secretário do Conselho dos Dez da Guerra (Dieci di Libertà et Pace), a Instituição que na Signoria tratava da guerra e da diplomacia. Tornou-se um conhecedor profundo dos meandros políticos e viajou muito participando em vinte e três embaixadas a cortes italianas e outras onde conheceu dirigentes políticos como Luís XII de França, o Papa Júlio II, o Imperador Maximiliano I, César Bórgia...
Em 1500 foi enviado a França onde se encontrou com Luís XII e com o Cardeal de Orleães.Uma das suas missões mais importantes ocorreu em 1502 quando visitou César Bórgia estabelecido na Romagna, objecto de um relatório de 1503 intitulado «Descrição da Maneira empregue pelo Duque Valentino [César Bórgia] para Matar Vitellozzo Vitelli, Oliverotto da Fermo, Signor Pagolo e o Duque de Gravina, Orsini», no qual descreveu com uma precisão cirúrgica os assassinatos políticos do filho do Papa Alexandre VI, explicando, subrepticiamente, a arte política ao principal dirigente de Florença, o indeciso e timorato Pier Soderini.
Em 1504 viajou a França e, no regresso, inspirado nas suas leituras sobre a História Romana, apresentou um plano para a reorganização das forças militares de Florença, que foi aceite. Em 1508, foi enviado à corte do imperador Maximiliano, estabelecido em Bolzano, e em 1510 voltou, de novo, a França. Em 1509 dirigiu o pequeno exército miliciano de Florença para ajudar a libertar Pisa, missão que foi coroada de sucesso. Em Agosto de 1512, devido à invasão espanhola do território da república, a população depôs Sonderini e acolheu os Médici.
Maquiavel foi demitido em 7 de Novembro desse ano, devido à sua ligação ao governo republicano, retirando-se da vida pública. Em 1513,tendo-se tornado suspeito de envolvimento numa conspiração contra o novo governo, foi preso e torturado. Tirando algumas nomeações para postos temporários e sem importância, em que se conta em 1526 uma comissão do Papa Clemente VII para inspeccionar as muralhas de Florença, e do seu amigo Francesco Guicciardini, Comissário Papal da Guerra na Lombardia, que o empregou em duas pequenas missões diplomáticas, passou a dedicar-se à escrita, vivendo em San Casciano, a alguns quilómetros de Florença.
Em Maio de 1527, tendo os Médici sido expulsos de Florença, Maquiavel tentou reocupar o seu lugar na Chancelaria, mas o posto foi-lhe recusado devido à reputação que " O Príncipe" já tinha granjeado.
O Príncipe é um tratado político com uma conclusão que propõe a libertação da Itália das intervenções de franceses e de espanhóis, considerados bárbaros. Escrito originalmente em 1513 e dedicado a Giuliano de Médici, em 1516 passou a ser dedicado ao sobrinho deste, Lorenzo, antes deste se tornar duque de Urbino. Um livro cuja leitura recomendo.Ao serão e não só!
quinta-feira, 21 de agosto de 2008
Nelson Évora trouxe-nos o sabor do Ouro. Parabéns, Nelson!

É um atleta de alto nível internacional que, actualmente, representa o Sport Lisboa e Benfica e que já representou Portugal em várias provas internacionais tendo sido campeão do mundo do triplo salto em 2007.
Em 2001, na primeira vez que competiu por Portugal, venceu a prova de salto em comprimento do FOJE (Festival Olímpico da Juventude Europeia) que teve lugar em Múrcia, Espanha.
Em 2003, venceu o salto em comprimento e o triplo-salto do Campeonato da Europa de Juniores que decorreu em Tampere na Finlândia.
Em 2004, conquistou a medalha de bronze no triplo-salto no Campeonato da Europa Sub-23 que teve lugar em Erfurt na Alemanha.
Participou em Atenas nos Jogos Olímpicos de 2004 no triplo salto, tendo falhado a qualificação para a final.
Em 2005 participou no Campeonato do Mundo de Atletismo ao Ar Livre em Helsínquia falhando a qualificação para a final por poucos centímetros ao ser 14.º nas eliminatórias quando apenas os 12 primeiros garantiam um lugar na final.
No Campeonato Europeu de Atletismo ao Ar Livre em Gotemburgo acabou em quarto lugar no triplo-salto tendo-se lesionado logo depois do primeiro salto, não podendo lutar pelas medalhas com a marca de 17,07 metros e em sexto no salto em comprimento com a marca de 7,91 metros.
Participou nos Mundiais de Osaka nos quais se sagrou campeão do Mundo de triplo salto com uma marca de 17,74m (segunda melhor marca mundial do ano) e também recorde nacional .
Finalmente em 2008 , Nélson Évora torna-se o 4.º atleta português a trazer uma medalha de ouro para Portugal, desta vez no Triplo-Salto, sendo assim Campeão Olímpico, e tornando-se a segunda medalha portuguesa nos Jogos Olímpicos de Pequim.
terça-feira, 19 de agosto de 2008
A Las Cinco de la Tarde

A las cinco de la tarde.
Eran las cinco en punto de la tarde.
Un niño trajo la blanca sábana
a las cinco de la tarde.
Una espuerta de cal ya prevenida
a las cinco de la tarde.
Lo demás era muerte y sólo muerte
a las cinco de la tarde.
El viento se llevó los algodones
a las cinco de la tarde.
Y el óxido sembró cristal y níquel
a las cinco de la tarde.
Ya luchan la paloma y el leopardo
a las cinco de la tarde.
Y un muslo con un asta desolada
a las cinco de la tarde.
Comenzaron los sones de bordón
a las cinco de la tarde.
Las campanas de arsénico y el humo
a las cinco de la tarde.
En las esquinas grupos de silencio
a las cinco de la tarde.
¡Y el toro solo corazón arriba!
a las cinco de la tarde.
Cuando el sudor de nieve fue llegando
a las cinco de la tarde
cuando la plaza se cubrió de yodo
a las cinco de la tarde,
la muerte puso huevos en la herida
a las cinco de la tarde.
A las cinco de la tarde.
A las cinco en Punto de la tarde.
Un ataúd con ruedas es la cama
a las cinco de la tarde.
Huesos y flautas suenan en su oído
a las cinco de la tarde.
El toro ya mugía por su frente
a las cinco de la tarde.
El cuarto se irisaba de agonía
a las cinco de la tarde.
A lo lejos ya viene la gangrena
a las cinco de la tarde.
Trompa de lirio por las verdes ingles
a las cinco de la tarde.
Las heridas quemaban como soles
a las cinco de la tarde,
y el gentío rompía las ventanas
a las cinco de la tarde.
A las cinco de la tarde.¡
Ay, qué terribles cinco de la tarde!¡
Eran las cinco en todos los relojes!¡
Eran las cinco en sombra de la tarde!
Federico García Lorca
Nasceu numa pequena localidade da Andaluzia,Fuente Vaqueros, a 5 de junho de 1898 e foi assassinado em Granada a 19 de agosto de 1936. Poeta e dramaturgo espanhol foi uma das primeiras vítimas da Guerra Civil Espanhola. García Lorca ingressou na faculdade de Direito de Granada em 1914 e cinco anos depois transfere-se para Madrid onde ficou amigo de artistas como Luis Buñuel e Salvador Dali . Aqui publicou seus primeiros poemas.
Grande parte dos seus primeiros trabalhos baseiam-se em temas relativos à Andaluzia (Impressões e Paisagens, 1918), à música e ao folclore regionais (Poemas do Canto Fundo, 1921-1922) e aos ciganos (Romancero Gitano, 1928).
Concluído o curso, foi para os Estados Unidos e para Cuba, período dos seus poemas surrealistas, manifestando desprezo pelo modus vivendi dos norte- americanos. Expressou o seu horror com a brutalidade da civilização mecanizada nas chocantes imagens de Poeta em Nova Iorque, publicado em 1940.
Voltando à Espanha, criou um grupo de teatro chamado La Barraca. Não ocultava as suas ideias socialistas e foi certamente um dos alvos mais visados pelo conservadorismo espanhol que, sob forte influência católica, ensaiava a tomada do poder, dando início a uma das mais sangrentas guerras fratricidas do século XX.
Intimidado, Lorca retornou para Granada, na Andaluzia, na esperança de encontrar um refúgio. Ali, porém, teve a sua prisão determinada por um deputado católico, sob o argumento (que tornou-se célebre) de que ele seria "mais perigoso com a caneta do que outros com o revólver".
Assim, no dia 19 de agosto de 1936, sem julgamento, o grande poeta foi executado com um tiro na nuca pelos nacionalistas, e o seu corpo foi jogado num ponto da Serra Nevada. A caneta calava -se mas a Poesia nascia para a eternidade. O crime teve repercussão em todo o mundo, despertando por todas as partes um sentimento de que o que ocorria na Espanha dizia respeito a todo o planeta... foi um prenúncio da Segunda Guerra Mundial.
quarta-feira, 13 de agosto de 2008
A Feira Medieval de Silves
Quem chega a Silves, vindo do Sotavento, quer pela via do Infante quer por Alcantarilha fica deslumbrado com a paisagem que avista antes mesmo de passar a ponte sobre o Arade.
A cidade localiza-se num vale onde abundam os laranjais e é dominada pelo castelo, que data sobretudo do tempo da ocupação dos mouros no século VIII. Silves prosperou sob o domínio muçulmano, tendo-se tornado, sob o nome de Chelb, uma das cidades mais importantes da Península Ibérica até ser conquistada pelos cavaleiros da Ordem de Santiago, em 1242.
Das torres do castelo, avista-se uma paisagem deslumbrante.Todos os montes em redor, e são muitos, estão cobertos de oliveiras, alfarrobeiras, azinheiras, amendoeiras...
Neste momento, está a decorrer desde o dia 9 de Agosto e prolongar-se-á até ao dia 17, a Feira Medieval de Silves. A partir das 18.00h e até à 1.oo h da madrugada, há música, muita música e muito boa, teatro, comes e bebes, venda de produtos agrícolas e artesanais num ambiente que nos leva a viajar até aos séculos XII/ XIII.
As reconstituições históricas estão a tornar-se, cada vez mais, um evento cultural do Verão e um pouco por todo o país, de Norte a Sul, encontramos reconstituições quase perfeitas daquilo que foram as feiras medievais. A Feira Medieval de Silves tornou-se um evento imperdível para quem vive no Algarve e para quem escolhe o Sul como destino de férias.Pode-se comprar o mel de rosmaninho, orégãos, poejos, louro, tomilho, figos, peças de barro, sapatos, vestuário, bijuteria, pratos, tapetese lanternas de Marrocos e muito,muito mais em tendas semelhantes às que os artesãos medievais utilizavam para vender os seus produtos. Enquanto passeamos, vemo-los ocupados na sua arte. O teatro não falta e pode-se assistir à recriação de eventos históricos da época medieval como os torneios ou a conquista da cidade por D. Paio Peres Correia.
As feiras eram importantes locais de comércio e divertimento para quem vivia nos concelhos rurais e até mesmo nos urbanos.Estavam presentes os saltimbancos,malabaristas, animais amestrados, jograis, bailarinas...É esse vigor que está patente quando se visita esta feira algarvia. Encontramos regatões, camponeses, artesãos,almocreves, mendigos...
Cortejo que marca a abertura da Feira
Muitos eram os motivos que levavam as pessoas à feira. Ia-se para comprar,vender, conviver, receber notícias de outras povoações,marcar casamentos, enviar notícias...
As feiras medievais representaram o momento no qual ressurge o comércio na Europa, no final do século XI, quando esta saía do feudalismo, no qual as pessoas viviam em territórios limitados,onde produziam tudo o que precisavam, sendo que quando algo faltava, conseguiam-no através de trocas.
Mendigo, muito bem caracterizado, junto da porta que dá acesso Museu de Silves. Uma visita a não perder.
No entanto, as Cruzadas reabriram o caminho pelo mar Mediterrâneo e possibilitaram aos Europeus um maior contacto com o Oriente, de onde traziam mercadorias raras e exóticas (cravo, canela, pimenta, seda, porcelana), muito cobiçadas no Velho Continente Músicos
Durante a realização das feiras interrompiam-se guerras, a paz era garantida para que os vendedores, dispostos lado-a-lado, pudessem trabalhar com segurança. Da mesma maneira, os guardas vigiavam todo o perímetro de modo a evitar que algum desordeiro pudesse causar incómodos àqueles que por ali passavam e desejavam efectuar suas compras. Os fidalgos de visita à feira
Ao começo da noite a feira enchia
Um grupo castelhano que contagiou o público assistente com a sua alegria
Veja Aqui e saiba mais.
E agora Só lhe falta mesmo ir a Silves. Vai gostar!